sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

2011..o ano




Eu queria falar de como as pessoas foram importantes na minha vida nesse ano, queria dizer aqueles que não gostam de mim como fui vencedora e como fui capaz, mesmo contra a vontade deles.
Queria dizer aos meus familiares que venci, e que acho isso pois o ano foi muito dificil pra mim; mas nada disso seria verdadeiro se, antes de tudo eu não dissesse ao meu reflexo no espelho o quanto fui corajosa.

Mesmo que todas as pessoas acreditassem, e me apoiassem, mesmo que os meus amigos me sorrisem, mesmo que o tempo levasse aqueles que não gostam de mim para longe e ainda que meus familiares se orgulhassem, nada disso seria possível sem que eu tomasse conta da minha vida.

Fui eu ali, em cada palavra, em cada momento ingrato, em cada escorregão, em cada perdão consentido, em cada letra escrita. Fui eu, cavando as mentiras que escrevi para me contentar com o incontentável, eu que desenterrei os sentimentos que havia escondido de mim e dos outros. Fui eu que amei em terceira pessoa, eu que escrevi poemas que não serão lidos, eu que fiz blogs e mais blogs para dizer ao mundo o que estava se passando comigo.

E tem mais o que vir, tem muito mais.
Mas algo em mim morreu neste ano, assim como milhares de coisas nasceram.
Morreu a culpa, a falta do auto perdão, a carência desmedida, morreu o que já estava morto e que eu tentava reviver a qualquer custo.

E nasceram coisas boas, sim, elas nasceram.
Nasceram amizades inesperadas, pessoas maravilhosas, idéias geniais, músicas soletradas no violão, nasceu aquilo que foi plantado em todas as cartas e e-mails que escrevi. Naquilo que comecei e não terminei, na bagunça que tive de fazer dentro de mim para me arrumar.

Foram rompidas algumas barreiras também..a do silêncio, a do respeito e a do perdão.
Eu achei que poderia resolver meus problemas com palavras borradas pela minha escusa vontade de acreditar, e ninguém resolve problemas assim.
Eu achei que as pessoas me perdoariam, que elas me diriam coisas boas..mas eu só colhi aquilo que plantei. E é preciso se contentar com isso.

Se a grana estava curta e a cerveja pela metade, bebi o que restava.
Fui até o fim na minha luz e na minha treva.
Me vi lá dentro, inocente, pulsante, alegre, adulta, menina e mulher.

Chorei como nunca, rasguei minha alma pela metade, me dividi, me apaixonei, me trai.
Fui poeta, cantora, desenhista e pintora..

Plantei.
Cultivei plantas e com elas aprendi a esperar, guardei a ansiedade pra mais tarde.
Enfrentei o que tinha pra enfrentar.

Sorri para os meus medos, contei alguns de meus segredos..
Escrevi..

Escrevi muito..
Escrevi para você, para alguém, pra ninguém.
Escrevi, pois escrevendo vivo, permaneço..marco.

Escrevo, porque assim aprendi a me conhecer. Escrevendo cada palavra, cada rima, cada cantiga incrustada num violão partido, me fez ver que eu era muito mais do que alguém sem destino.
Eu era alguém, como tantos outros alguéns por aí vivendo.

Me pertencendo, me achei.
Me encontrando, pude me perder em mim.
Valorizar-me, amar-me, saber-me melhor..
Entender que o meu desejo é viver plenamente, criativamente, transformando o que me contorna, cantando músicas que ninguém conhece, ficando velha antes do tempo e adolescendo para o que é novo.

Me remendando em cacos, fui me costurando de volta.
Me reencaixando os pedaços, invertendo as peças, procurando novas luzes para minhas sombras.

Fui sacudindo o pó de guardado da minha alma, olhei direto para as questões que me circundaram e avancei. Calei a minha boca falante e deixei falar os olhos, e o coração.
A boca ainda precisa reparo, mas também sei hoje que excessos nem sempre são maus.

Me colando de volta, percebo como houveram coisas que mudaram de lugar.
Como existiram peças que não irão se encaixar nunca mais, e como sobra espaço pra um monte de coisa nova chegar.

2011 foi o ano.
Como nunca antes, como eu nunca imaginei.
Pela primeira vez, eu me encontrei comigo mesma, e dei um alô pra pessoinha que mora aqui dentro.
E a vi sorrindo..


E dito isso, é preciso agradecer a todos aqueles que estiveram presentes nesse ano que passou.
Aqueles que beberam comigo, os poucos que puderam dividir comigo suas lágrimas e seus sonhos, os que me abraçaram de verdade, os que almoçaram comigo, os que viraram madrugadas ao meu lado.Aos colegas de trabalho, e as chefias que também tanto me ensinaram nesse ano.
Quero agradecer ainda, aqueles que me desprezaram, me ignoraram, me foram rudes, me escrotizaram.
Obrigada por indiretamente me ensinarem lições preciosas.

Obrigada aqueles amigos que estiveram de longe, me observando em linhas de e-mails, ou no comunicador instantâneo. Aquelas pessoas que tem o dom de estar tão longe e ao mesmo tempo tão perto de mim.
Quero agradecer aos profissionais que conheci esse ano, e principalmente a duas mulheres que estão me ajudando nessa caminhada de mudanças.
Agradeço aos meus pais, por eles serem meus pais, e por terem sido tão verdadeiros comigo. Ao meu irmão que me mostrou que nunca é tarde pra mudar.

Obrigada ao meu companheiro que me ensinou coisas belas e lições inexplicáveis, que esteve comigo nos momentos de luta e nos momentos de glória e que dividiu comigo os pormenores da vida de casal.
Entrou comigo num projeto maluco que eu inventei, riu comigo e brigou comigo tantas vezes quanto foi preciso para me fazer entender as coisas.

E finalmente, obrigada a Ele, por ter me ajudado a parar de duvidar.


2011 foi o ano, muito obrigada.


Ouvindo_Junk of The Heart_The Kooks

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